Lá também há crianças leais à corte em Guaipur. O próprio arquipélago compõe uma província guaipurina chamada Corsários, com capital em Yacre, na Ilha da Hidra. Em tese, os príncipes guaipurinos poderiam dar cabo da pirataria sem muito esforço, graças à força bélica de sua extensa frota. Mas, que graça isso teria? No Mundo das Crianças, ninguém gosta de ser o estraga-prazeres que impede a brincadeira.
A maior das ilhas se chama Ilha do Corsário, no singular mesmo, pois lá viveu há muito tempo um velho pirata rabugento, cujos netos e sobrinhos-netos formaram o primeiro bando de foras-da-lei ultramarinos, tão famosos e intrépidos, que atraíram diversas crianças para sua tripulação. Ao menos, é o que reza a lenda.
As demais ilhas são a da Hidra, onde fica o palácio do governador provincial e o monstro que a batiza; dos Dois Picos; da Sereia Muda; Sombria; do Tesouro; e do Pedro Pão. A Ilha do Tesouro é, de longe, a mais famosa de todas. Diversos mapas chegam a mostrar onde aproximadamente se encontra enterrado o famoso tesouro do Pirata da Perna de Pau, outro velho que por lá navegou em eras remotas. Várias buscas tentaram desenterrá-lo, sem sucesso. Os próprios habitantes do local riem de tantos caçadores de tesouro que lá vão, pois creem que o local marcado nos mapas é meramente um blefe para ocultar o real esconderijo.
Há histórias antigas de que muitos outros arquipélagos possam existir mais a oeste. Ao menos, quando o lendário Fides migrou em busca do pó das estrelas, seguiu naquela direção e deparou-se com muitas terras. Algumas expedições já tentaram encontrá-las, mas não sabemos se tiveram sucesso, pois os príncipes guaipurinos querem evitar o interesse e concorrência de outros reinos em atividades marítimas.
Se você quiser visitar o arquipélago, o modo mais simples e seguro é tomar um barco em Rute, o porto mais a oeste da Serra da Neblina. De lá partem diariamente várias embarcações para Yacre e Jamesvila. Mas tome cuidado com quem negociar sua passagem: pode acabar recrutado para um barco pirata sem se dar conta.
Este foi o primeiro mapa que fiz do arquipélago. Ele foi introduzido em meus mapas em torno de 1993, mas nunca tinha sido detalhado, posto que não figura como cenário de nenhuma história ou apêndice de O Rei Adulto. A forma exata do arquipélago foi estabelecida apenas num mapa de 1997, mostrado ao lado.
Decidi detalhar agora o arquipélago para testar o tutorial Saderan para mapas de fantasia. Este tutorial apresenta um interessante tratamento para costas e relevo, tanto marinho quanto terrestre, que me pareceu ideal para uma região cheia de ilhas. Além disso, como todo autor de Fantasia já deve ter experimentado, o ato de cartografar uma região descortina possibilidades à criatividade e fomenta novas histórias.
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