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sábado, 8 de setembro de 2018

A conclusão de "O Rei Adulto" está pronta para o lançamento

O volume 2 de O Rei Adulto será lançado no domingo, dia 9, na Amazon. Você quer conhecer o final dessa história?

Por ora, esse volume estará disponível apenas em formato digital. Ao contrário do volume 1, essa é uma publicação completamente independente, diagramada pelo autor.

Justamente por ser ter uma nova diagramação, há algumas diferenças com respeito ao ebook correspondente ao volume 1. Por exemplo, a tipografia padrão é Georgia, em vez de Caecilia LT Std Roman. Além disso os o início de cada capítulo ganhou uma decoração mais elegante.

A capa foi composta de modo a evocar a capa do volume 1, ainda que trazendo novos elementos que fazem parte do enredo.

O volume 2 conclui a história iniciada no volume 1. Embora seja lançado agora, os capítulos do volume 2 já se encontram escritos desde 2001. Seu preço na Amazon deve ser R$ 5,90. Mas fique ligado no lançamento, pois haverá promoções na primeira semana!

Divisória de cada capítulo.
Veja a sinopse do volume 2:
Enquanto buscam pistas sobre o paradeiro do Rei Adulto, Êisdur e seus amigos são colhidos pela terrível destruição que o uso das plantas de imaginar está promovendo no mundo das crianças. Sua viagem os leva agora ao reino oriental de Ístar, onde conflitos regionais, revoluções populares e golpes de pequenos tiranos corroem a já enfraquecida resistência que as crianças poderão oferecer ao verdadeiro inimigo, um terror inominável que as coisifica e as anula. Poderão os suprapátrias vencer esse monstro e trazer paz a Ístar, antes de cruzarem o rio das Lágrimas e descobrirem a natureza do Rei Adulto e o paradeiro das crianças que se foram?

terça-feira, 14 de agosto de 2018

Promoção do ebook gratuito na Amazon

Nesta semana, O Rei Adulto está em promoção de ebook gratuito na Amazon.

Serão 5 dias de promoção, em que os leitores poderão baixar o ebook diretamente a sua conta no Kindle ou nos aplicativos que o emulam em celular, tablet e computador.

Se você ainda não o tem, não perca a oportunidade!

Nos dois primeiros dias da promoção, O Rei Adulto manteve a posição de livro gratuito mais baixado nas categorias "Ação e Aventura" e "Fantasia", e chegou à posição geral de 11.o mais baixado em toda a loja.

Se você já baixou, que tal participar da Leitura Coletiva entre 18 e 28 de agosto? O formulário de participação pode ser acessado aqui.

sábado, 4 de agosto de 2018

Videorresenha de O Rei Adulto por Erick Lins

O Rei Adulto ganhou uma nova videorresenha, desta vez feita pelo jovem escritor Erick Lins.


Erick é autor da série Animal Fusion, que já tem dois livros publicados. Ele tem um canal dedicado a livros em geral. Dê uma olhada no trabalho dele e não esqueça de curtir e compartilhar!

terça-feira, 31 de julho de 2018

Participe da Leitura Coletiva de O Rei Adulto


Você já participou de uma Leitura Coletiva?

Que tal iniciar uma justamente com uma história sobre o companheirismo e que te fará relembrar de sua infância?

O projeto de Leitura Coletiva do livro O Rei Adulto foi proposto por Deko Lipe, do instagram @primeiraorelha. Também apoiam a organização Adriana (@livrosdaadri), João Victor (@sigamoslivros) e Maria Helena (@ramificandoideiaserealidade).

Para facilitar a Leitura Coletiva, o ebook estará na promoção gratuita para download na Amazon, entre 13 e 17 de agosto. Caso queira adquirir o livro impresso, avise agora para que haja tempo de postar nos Correios.

A leitura coletiva vai de 18 a 28 de agosto. O ritmo recomendado de 2 capítulos por dia é suficiente para completar o livro no prazo.

Cada participante deve postar em suas redes sociais ao menos 3 vezes sobre a leitura com foto do livro ou de material de divulgação da história, sendo a postagem inicial (no começo da leitura) e a final (com sua resenha e comentários) no feed do ig ou seu blog com as tags #oreiadulto e #leituracoletivaoreiadulto. A postagem intermediária (de primeiras impressões) pode ser feita como stories ou no feed, como preferir.

Todos os participantes receberão marcadores do livro ao fim da leitura coletiva. Haverá ainda um sorteio com brindes relacionados à história para os que cumprirem as regras e completarem a leitura.


Para participar, preencha este formulário.

sábado, 28 de julho de 2018

O Rei Adulto tem um novo ASIN na Amazon.com.br

Mudanças no modelo de negócios da agência literária levaram ao recadastramento do ebook O Rei Adulto na plataforma da Amazon.com.br. Com isso, o registro anterior com ASIN B01N57NVMU foi retirado da plataforma e todas as qualificações que lá se encontravam foram perdidas. Mas eu as salvei antes e reposto-as abaixo.

Nessa mudança, O Rei Adulto saiu do Kindle Unlimited, ao menos temporariamente. O Kindle Unlimited permite que leitores baixem o ebook de graça, mas exige exclusividade de conteúdo: isto é, o mesmo ebook não pode ser vendido noutras plataformas. Ainda avaliarei mais cuidadosamente se vale a pena retorná-lo ao KU.

O atual endereço para a compra do ebook é este. O preço é o mesmo de antes: R$ 5,90.

Seguem abaixo as 4 avaliações que O Rei Adulto tinha na plataforma da Amazon, antes da mudança. Se você não fez ainda sua avaliação, que tal fazê-la agora?

5,0 de 5 estrelas   Uma história fantástica!
16 de novembro de 2017

História fantástica, daquelas que prendem sua atenção do início ao fim. Aborda a questão da passagem da vida infantil à vida adulta por meio de uma grande aventura, compartilhada por um grupo de crianças. Tenho certeza que agradará a vários públicos, de várias idades, pois irá tocar cada um de maneira bem particular. A história se passa em um universo imaginário riquíssimo em detalhes que levarão o leitor a viajar e se divertir e sofrer junto com Êisdur Árland e seus amigos de jornada. Espero que a segunda parte da aventura não demore muito a sair. Recomendo muito!!! (Flávio Costa)

5,0 de 5 estrelas   Leitura indispensável !
12 de abril de 2018

Este livro é uma fábula sobre as dificuldades que envolvem a passagem da criança à vida adulta. Ambientado dentro do mundo imaginário, o livro narra a epopeia de Êisdur Árland, um menino que decide descobrir o paradeiro de seu irmão mais velho Eisdras. 
Em sua jornada Êisdur vai parar na cidade de Baltar e quando menos espera é surpreendido por Tsâmar, o último velho, que diz se familiarizar pela perda do menino, pois tem ouvido algumas histórias sobre "os que se foram", crianças que em uma certa idade começam a achar a vida ali muito chata e tediosa, e acabam distanciando-se e partindo para outro mundo, ao que parece não existem mais ''crianças grandes'' em Teres, Guaipur, Lendau e em vários outros reinos. 
Mas existe um rei, o Rei Adulto, o único que cresceu e não deixou totalmente de ser criança, ele é uma lenda, todos contam que ele se foi, mas conseguiu encontrar o caminho de volta sozinho e hoje vive nos Montes Altos, além do rio das Lágrimas, entre os dois mundos. À sua busca, inicialmente unem-se outras crianças: O ladrãozinho Wáldron, o Cavaleiro Harsínu e sua irmã Marsena, juntos eles vão encontrar muitas aventuras e mistérios nessa jornada. 
Repleto de contos, dialetos, costumes e magia, este universo é composto e protagonizado apenas por crianças, que podem ser, príncipes ou princesas, arqueiros e soldados, magos, tenentes, tudo que a sua mente puder imaginar! E falando em imaginação, você já se perguntou quando começou a lenda da fada do dente ou porque fazemos pedidos a estrelas cadentes? É exatamente isso que o livro propõe, uma regressão aos nossos sonhos, memórias e fantasias de quando vivíamos em um mundo inteiramente nosso e podíamos ser qualquer coisa. 
Se você como eu, um dia de repente mergulhou no rio das lágrimas e partiu para o mundo dos adultos, mas não tem um irmão corajoso como Êisdur para te levar de volta, ou não foi inteligente como o Rei Adulto que descobriu como partilhar desses dois mundos, então querido leitor, você precisa ler este livro! (Leydiane Nunes)

5,0 de 5 estrelas   Um livro para relembrar a beleza e a simplicidade que é ser criança
14 de dezembro de 2017

Quando pegamos um novo livro em mãos e o abrimos, estamos entrando em um novo mundo, mas geralmente nós só temos certeza disso na introdução, com O Rei Adulto as coisas são um pouco diferentes, nós entramos naquele mundo já na folha de rosto e seguimos assim até o final. Isso foi o que me cativou e me prendeu logo de cara: um livro que tem identidade própria do início ao fim, como constatei depois. 
Toda a história acontece dentro do mundo mirim, um mundo em que não existem adultos (só um ou outro idoso), apenas crianças e são elas quem criam suas próprias regras. 
Êisdur é um garoto de 11 anos e meio, que está em busca do irmão mais velho, Eisdras, perdido há algumas semanas, o que preocupa muito o menino por saber que Eisdras está naquela difícil fase da vida, que é a adolescência e o abandono da infância. 
Êisdur encontra em Baltar não o irmão, mas sim Tsâmar e um jovem ladrãozinho chamado Wáldron, e juntos chegam a conclusão que só quem pode ajudar o menino é o Rei Adulto. O Rei Adulto é tido como aquele que mesmo crescendo nunca deixou de ser criança, e é o único que pode trazer as crianças "que se foram", de volta. Mas não é fácil encontrar aquele que na verdade pode ser apenas uma lenda. Tsâmar diz para que o neto Wáldron de apenas 6 anos, acompanhe Êisdur nessa busca já que o pequeno é também escoteiro, e assim os dois seguem em uma grande aventura para encontrar o Rei Adulto. 
O mundo criado por Helio Jaques é gigantesco, e não tenho como falar sobre ele inteiramente em uma resenha. Mas o que posso dizer é que, este não é um livro infantil como muitos esperam, O Rei Adulto é uma alegoria que trata sobre o crescimento e essa transposição da criança para o adolescente. Nessa história você verá de tudo, crianças que não têm adultos colocando ordens nelas, crianças livres, crianças que bebem ou usam algumas substâncias químicas, mas em momento algum o autor diz que isso seja certo ou demonstra apoiar isso, muito pelo contrário. Helio mostra, através de uma história simples e leve, as consequências que as "plantas de imaginar" causam nos jovens e não só neles, mas como afeta tanta coisa ao redor deles. 
Mas o livro está longe de dar lição de moral e reserva para seu leitor várias histórias dentro de uma só, algumas dessas histórias nos remetem ao folclore brasileiro. "Folclore? Nossa, mas que palavra antiga..." Foi o que senti ao começar essa leitura também, porque fazia tanto tempo que eu não tinha contato com o folclore brasileiro nas histórias que não fazia ideia do quanto eu sentia falta disso, mas ao começar essa leitura e ser apresenta aos curupirasmirins, caaporas, cumacangas e tantos outros, eu vi o quanto me fazia falta ter esse contato e ter histórias novas que representem a nossa cultura também. 
Veja por você, a quanto tempo você não lê um livro que fale sobre índios? Eu tenho visitado inúmeras florestas no mundo fantástico, florestas com seres sobrenaturais, com seres alados, seres élficos, seres que brilham, voam, ascendem... Mas e os seres humanos que também são fantásticos, que têm muitas histórias para contar, que cuidam das florestas e para isso não precisam de nenhum poder além do compromisso com o meio ambiente e o respeito com o lugar em que habitam?! Eles estão em falta na nossa literatura e não deveriam estar. Helio parece ter sentido falta deles também e nos coloca muito próximo do "povo da mata." 
Fiquei imaginando qual não foi o prazer que Helio deve ter sentido ao escrever esse livro, e penso que ele próprio deve ter se divertido à beça. Crianças são seres sinceros, e a sinceridade delas ás vezes é muito engraçada para os adultos que não estão mais tão acostumados com o mundo infantil, e em muitos momentos eu ri de coisas bobas como uma criança novamente, o que foi maravilhoso. 
A linguagem foi uma das características que mais me fez rir, além de que me impressionou muito! O autor trabalha com as palavras como poucos, ele tem um domínio que é inexplicável! Ele mistura dialetos regionais, gírias, sotaques, onomatopeias, sons... O final disso é algo interessantíssimo, e não satisfeito, Helio ainda é um ótimo criador de palavras e o livro até traz no final dele um glossário voltado especificamente para essa questão. Com honestidade, eu nunca li um livro cujo o autor trabalhasse tão bem com as palavras, e com uma revisão tão bem feita (eu só encontrei dois erros ao longo de 300 páginas e foram os mais bobos possíveis), está de parabéns! 
Uma das minhas melhores experiências de leitura do ano. Um livro que me surpreendeu muito, me deixou com saudades e que no final, eu tive o maior orgulho de saber que esse autor é do mesmo país que eu. É maravilhoso saber que o mercado literário brasileiro ainda possui novidades, autores fora do padrão, autores ousados e que vale à pena conhecer. 
Por fim, convido você que chegou até aqui a embarcar nessa busca pelo Rei Adulto também. (Renata Silva)


5,0 de 5 estrelas   Recomendo
29 de novembro de 2017

Você já imaginou como seria um mundo sem a presença de adultos? O Rei Adulto mostra de forma divertida a busca de Eisdur por seu irmão que desapareceu quando deixou de ser criança. Ele, então, percorre os reinos desse mundo fantasioso onde as crianças são líderes culturais, políticos e militares. Livro recomendado para todas as idades.  (Altair Ramos)

domingo, 24 de junho de 2018

A construção do Gandaio

Um dos dialetos usados em alguns dos diálogos de O Rei Adulto é o Gandaio. Seu nome deriva da Gandaia, província situada no norte de Ístar. Daí, seu uso expandiu-se para o Sul, e atualmente é o falar majoritário também nas províncias de Vagau, Toatoa e Beleléu.

A expansão do Gandaio

Ele se baseia na língua informal, carregada de gírias, falada nas metrópoles do sudeste brasileiro. Em termos de apresentação de variedades da Língua Portuguesa, o Gandaio forma um oposto conceitual ao Neotamano, o qual se baseia em construções muito formais e cheias de arcaísmo.

Do mesmo modo como o Neotamano precisou ser construído, para que as falas tivessem uma coerência interna, precisei delimitar algumas regras para a escrita do Gandaio, de modo a diminuir a arbitrariedade e impedir que uma mesma construção aparecesse de forma diferente em diálogos separados ao longo do texto. Certamente foi mais fácil construir as regras do Gandaio pois ele se baseia em exemplos do dia a dia, que ouvi aqui e ali, desde minha infância.

As principais características do Gandaio são:

  1. Os pronomes pessoais do caso reto são eu, , ele/ela, a-gente/nóis, cês, eles/elas; do caso oblíquo, me/mim, ocê, ele/ela, a-gente, ocês, eles/elas. O pronome oblíquo raramente é utilizado; quando o é, fica em próclise. 
  2. O R no fim de palavras oxítonas cai: mulhé, colhé, amá.
  3. O D do grupo consonantal ND costuma desaparecer, principalmente no gerúndio: amano, fazeno, ina = ainda; mas pode manter-se em substantivos e adjetivos dissilábicos: vinda, linda.
  4. LH pode ser substituído por I: oio = olho.
  5. Só uma palavra é flexionada em plural em sintagmas nominais, em geral o artigo ou o primeiro termo flexionável; se houver um número, todos os demais termos vêm no singular.

    os velho amigo.
    três bolo gostoso.
    muitas coisa boa.

  6. Quando uma palavra em plural antecede um substantivo iniciado por vogal, o S plural cai e o substantivo recebe uma consoante Z eufônica: O’ Zoiúdos; muita’ zamizade. O Z é na verdade a única indicação de plural do sintagma nominal assim formado.
  7. Várias palavras consideradas erradas são adotadas sem pudor no Gandaio: pobrema, ingual, qüestão, etc.
  8. O verbo impessoal no sentido de existir é ter.
  9. Os pronomes demonstrativos são esse(s)/essa(s)/isso para objetos próximos e aquele(s)/aquela(s)/aquilo para os afastados.
  10. São raras as orações subordinadas. As que se usam são geralmente explicativas ou temporais.
  11. Há considerável aglutinação: qu’ele = que + ele; cumé = cum + é.
  12. As seguintes contrações são permitidas, além das usuais: pra(s), pro(s), prum(a/s), praquele(a/s). presse(a/s), pronde, pr'ele(a/s), praí. dum(a/s), donde, num(a/s), nonde, cu' o(a/s), cu'um(a/s), cu'esse(a/s), cu'aquele(a/s), cu'ele(a/s)
  13. "Aonde" costuma parecer sob a forma adonde
  14. Quando em posição proclítica, o advérbio "não" se reduz para num

    Cê num fez isso, não?
  15. Cacofonias do tipo a boca dela e alma minha são usuais no Gandaio. 
  16. Há algumas interjeições próprias: Qualé! Cumé! Ô! Baubau! ! Ó (no sentido: veja bem!)
  17. O vocativo gandaio é antecedido por Ô e não Ó, como no português.

    Ô seu anão de meia-tigela!
  18. Muitas vogais pretônicas são assimiladas: tumém = também; pirigo = perigo, etc.
  19. A conjugação verbal possui dois paradigmas para cada tempo. O primeiro paradigma, que chamarei indeterminante, é extremamente reduzido, possuindo somente uma flexão verbal para cada tempo. O segundo paradigma, chamado de determinante, possui um certo número de flexões verbais em cada tempo e, embora reduzido comparado às flexões verbais do Português formal, permite a determinação aproximada de sujeitos ocultos a partir do verbo usado. Ambos os paradigmas são defectivos. Falta ao paradigma indeterminante a primeira pessoa do singular em todos os tempos do indicativo; a flexão correspondente ao paradigma determinante é usada em seu lugar. A flexão determinante, por outro lado, não possui a 1ª. pessoa do plural correspondente ao pronome a-gente, nem a 1ª. pessoa do singular nos tempos do subjuntivo. Pode-se dizer que o paradigma determinante é mais formal do que o paradigma indeterminante. A conjugação segundo o paradigma indeterminante exige a identificação do sujeito da frase, como em Inglês e Sueco.
  20. Tanto em modo, tempo e pessoas os verbos no Gandaio são simplificados, comparados aos equivalentes em Português. Em especial, o modo subjuntivo é praticamente inexistente, sendo quase sempre substituído pelo modo indicativo; os futuros simples do presente e pretérito são substituídos por futuros compostos (ir + verbo principal no infinitivo); o pretérito mais-que-perfeito simples é substituído por sua forma composta (ter + verbo principal no particípio passado) ou pelo pretérito imperfeito; o imperativo é substituído pelo presente do indicativo.
  21. Há uma perífrase curiosa, formada por um duplo auxiliar "ir", para exprimir um futuro imediato:

    Enquanto isso já vô i fazeno.
    Eu já vô i ino.
Quer conhecer mais o Gandaio? Que tal explorar os diálogos das crianças ístaras em O Rei Adulto?

terça-feira, 12 de junho de 2018

A pronúncia dos nomes das personagens



No mês passado deparei-me com duas situações semelhantes:

  1. Renato Lira do canal Escritores Ecléticos teve dificuldade para identificar a pronúncia correta do nome dos personagens de O Rei Adulto, ao comentar sobre o livro em um vídeo;
  2. Numa sinopse feita por Deko Lipe, no instagram Primeira Orelha, uma leitora comentou que havia gostado da sinopse, mas que tinha preguiça de livros em que as personagens tivessem nomes de pronúncia difícil.
De fato, as personagens de O Rei Adulto têm nomes que, geralmente, não se encontram nos cartórios brasileiros. Êisdur, Harsínu, Quérelim, entre outros, são incomuns. E há dois motivos para isso: i) é um livro de fantasia, onde se pressupõe estarmos diante de uma realidade fora do comum; ii) é um livro original, e todo livro que apresenta um universo distinto traz nomes que estabelecem sua marca. Pense em como os seguintes nomes estão de tal forma associados aos universos particulares que os introduziram: Atreyu, Bilbo, Peter Pan, Voldemort, Darth Vader, Spock, ... Não faria sentido ter um livro em que as personagens do mundo fantástico fossem homônimos de pessoas reais ou de personagens doutros livros.

Certamente há contra-exemplos, de casos em que os personagens são crianças do nosso mundo que de alguma forma entram em contato com o mundo mágico: Pedrinho (Picapau Amarelo), Alice (País das Maravilhas), Peter, Susan, Lucy e Edmund (Nárnia), Wendy, John e Michael (Terra do Nunca). Em O Rei Adulto, as personagens são crianças imersas no mundo imaginário, no qual adotam nomes de fantasia. Êisdur é Eduardo, Wáldron é Oswaldo, etc. Mas apenas seus nomes fantásticos são apresentados ao leitor, pois a proposta é fazê-lo imergir também nesse mundo imaginário. 

Os nomes são acentuados segundo as regras do Português, para que sejam lidos segundo a pronúncia normal do Português, ainda que pareçam incomuns.

Para facilitar a pronúncia, apresento abaixo a transcrição fonética, bem como o som, de alguns desses nomes.


Nome transcrição IPA Som
Êisdur Árland [ ˈejsduɾ ˈaɾlɐ̃nd ]
Wáldron Gastrano [ ˈwɑldɾõ gasˈtɾɐnu ]
Marsena Sterinax [ maɾˈsena steɾiˈnaks ]
Harsínu Sterinax [ aɾˈsinu steɾiˈnaks ]
Áymar Resphel [ ˈajmaɾ ʁesˈfɛl ]
Ernesto Molicári [ eɾˈnɛstu moliˈkaɾi ]
Ctara Bergrak [ ˈktaɾa beɾˈgɾak ]
Quérelim [ ˈkɛɾelĩ ]
Mbaraúna [ ᵐbaɾaˈuna ]
Teres [ ˈtɛɾis ]
Tamatich [ tɐmaˈtiʃ ] / [ tamaˈtiʃ ]
Guaipur [ gʷajˈpuɾ ]
Landau [ lɐ̃nˈdaw ]
Macebólia [ mase'bɔlia ]
Eix [ ˈejks ]
Ístar [ ˈistaɾ ]

Certamente, há variantes possíveis, segundo os sotaques regionais do leitor. Eu mesmo, como todo bom carioca, pronuncio [ ˈejʒduʁ ˈaʁlɐ̃d ], e não [ ˈejsduɾ ˈaɾlɐ̃nd ]. E você, como pronuncia?

quarta-feira, 30 de maio de 2018

Dois novos leitores aprovaram O Rei Adulto

Nesta semana, O Rei Adulto recebeu duas novas resenhas no Instagram, ambas muito favoráveis!



A primeira foi de Alan Santos. Do que me recordo, foi o primeiro leitor que comentou explicitamente sobre as semelhanças da aventura de Êisdur com um RPG, bem como sobre a história ter um quê de O Senhor dos Anéis. Tolkien certamente foi uma das minhas inspirações, como já mencionei antes.

Veja a postagem de Alan e seus comentários:

➡️Parceria com o autor @oreiadulto 👑 Em busca de seu irmão que desapareceu do mundo das crianças ao chegar à adolescência, Êisdur Árland, embarca em uma jornada à sua procura. Acreditando que O Rei Adulto, uma figura lendária de seu mundo seja o único a ajudar na localização do irmão, Êisdur se une a outras seis crianças (de várias classes como um bom RPG: mago, cavaleiro, ladrão, tenente...) para completar a missão. O grupo ganha o raro título de Suprapátrias, que significa que a missão é considerada importante para o mundo infantil. A missão se complica quando o mundo é ameaçado por "plantas de imaginar" que comprometem toda imaginação das crianças. ➡️MINHAS CONSIDERAÇÕES ✔️Helio Jaques me impressionou com a escrita, com as ideias trabalhadas (a transição infância / adolescência), o cuidado linguístico, a criação do mundo e mapas, as referências ao RPG, a jornada que em algum momento me lembrou O Senhor dos Anéis... ➖➖➖➖➖➖➖➖➖➖➖➖➖ 🆘Helio, por favor nos dê o desfecho dessa aventura 🙏 #oreiadulto #heliojaques #editoraazo #instabook #bookstagram #bookworm #book #literaturanacional
Uma publicação compartilhada por Alann Santana (@alannsants) em

Já a segunda resenha foi escrita pelo jovem escritor mineiro Daniel Dornelas, que mantém o blog literário Lendo com Daniel.

Leia essa resenha no próprio blog de Daniel.


sexta-feira, 25 de maio de 2018

O Rei Adulto no Pinguim Literário

"O Rei Adulto" recebeu outra resenha positiva! Desta vez no Instagram O Pinguim Literário, gerenciado pela Talita Demori, de Timóteo (MG).

Ela destacou uma frase muito marcante do Capítulo 15: "As crianças estavam aos poucos definhando numa infância sem qualquer rasgo de criatividade. A falta de histórias lhe havia tirado todo o vínculo com a natureza, pois a fantasia é tão vital quanto à agua, embora poucos saibam disso."

Talita faz um trabalho consistente na divulgação de autores nacionais. Que tal dar uma conferida em suas últimas postagens? Deixe lá seu comentário e curtida!

O Rei Adulto pode ser adquirido em formato digital na Amazon, por R$ 5,90, e em formato tradicional impresso, no site da AZO, por R$ 35,00.


📚🐧 《 #resenhadopinguim 》 O Rei Adulto | Helio Jaques | @oreiadulto ⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀ "As crianças estavam aos poucos definhando numa infância sem qualquer rasgo de criatividade. A falta de histórias lhe havia tirado todo o vínculo com a natureza, pois a fantasia é tão vital quanto à agua, embora poucos saibam disso." ⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀ O livro se passa em um universo "mirim", um mundo imaginário onde não existem adultos. Tudo e todos são crianças. Políticos, militares, líderes. Não existe rei ou rainha e sim, príncipes e princesas. Enfim, tudo começou quando o irmão de Eisdur desapareceu ao chegar a idade adulta. Ele sumiu sem deixar vestigios e Eisdur entra em uma jornada pelo reino em busca dele; até que é orientado a encontrar "O rei adulto" primeiro. A lenda conta que ele é a única criança que cresceu e não deixou de ser criança. E o que não deixa de ser dificil encontra-lo já que é uma lenda e ninguém sabe onde ele está, se ele é real mesmo. Mas nessa busca pelo tal Rei Adulto, Eisdur encontra um problema muito maior do que ele imaginava. ⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀ 💬 O livro "O Rei Adulto" me levou para um mundo completamente diferente do que estou acostumada a ler por aí. O livro é repleto de magia, aventuras e costumes ricos, esse mundo "dirigido" por crianças elevou minha imaginação, deixando uma gostosa saudade da minha infância, onde minha única preocupação era o joelho ralado. ⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀ Um ponto positivo pra mim foi como o autor criou os reinos e seus costumes, deixando cada um com um linguajar único, incrível e fantástico. ⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀ Foi uma leitura rica e repleta de ensinamentos. E se você ama um infanto juvenil que te leva para um universo repleto de magia, esse livro foi feito pra você. 😉 Super recomendo a leitura. ⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀ ⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀ 📌 Disponivel em ebook e gratuitamente para usuários kindle unlimited.
Uma publicação compartilhada por Pinguim Literário (@pinguimliterario) em

segunda-feira, 14 de maio de 2018

O Brasil como cenário de Fantasia


Muitos leitores de Fantasia eventualmente devem ter notado a relativa ausência do contexto brasileiro nos livros do gênero. Isso não há de ser culpa apenas das editoras nacionais, que hesitam em prestigiar conteúdo nacional; parte do problema são os escritores brasileiros do gênero, a maioria dos quais se dividem entre a criação de seus mundos particulares ou a ambientação de suas obras em culturas europeias ou orientais.

Há exceções, certamente! E uma dessas é "Vera Cruz: Sonhos e Pesadelos", projeto do escritor Gabriel Billy, que se encontra em financiamento coletivo no Catarse até o dia 21/06/2018.

"Vera Cruz: Sonhos e Pesadelos" é um livro que mistura Fantasia com Steampunk, no exuberante cenário composto pelos mitos e folclores do Brasil, trazendo personagens lendários (Boitatá, Saci, entre outros) e outros históricos (Santos Dumont, Padre João Francisco de Azevedo, Padre Landell de Moura, Padra Bartolomeu de Gusmão), em um enredo muito elaborado.

Gabriel trabalhou nessa obra por 6 anos e pesquisou em muitas fontes para compô-la. O livro será acompanhado por muitas ilustrações cativantes de Rebeca Acco, Zakuro Aoyoama, Diucênio Rangel e Theo Szczepanski.

Torço para que essa publicação seja viabilizada pelo financiamento coletivo.

Se gosta de Fantasia e quer apoiar um autor nacional, visite a página do projeto no Catarse e contribua!

Sobre o autor

Gabriel Billy é formado em Belas Artes na UFRRJ, publicou 2 livros (Na fronteira de Realidade; Editora Torre, 2012) e Madame Cosmópolis como escritor e 1 livro como ilustrador (NOÉ - EDUR; Editora da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, 2012).

Em 2013 montou com Renan Laviola a Editora Devaneio, editora especializada em quadrinhos e livro de ficção, onde trabalhou como programador visual e editor. Na Devaneio, conseguíram ter seu segundo livro, "Fantasmagorias" de R.F. Lucchetti, como finalistas em uma das categorias do prêmio Jabuti. Em 2017, infelizmente a Editora Devaneio veio a fechar.

domingo, 15 de abril de 2018

O Rei Adulto resenhado por @daydreamsbooks

Há poucos dias, Leydiane Nunes, que gerencia o instagram @daydreamsbooks, publicou uma linda foto e uma instigante resenha do livro O Rei Adulto. Dê uma olhada e deixe lá seu comentário e curtida!

Siga o instagram @daydreamsbooks para novas dicas!

O Rei Adulto pode ser adquirido em formato digital na Amazon, por R$ 5,90, e em formato tradicional impresso, no site da AZO, por R$ 35,00.


📖 O Rei Adulto - Helio Jaques Vol.1 Este livro é uma fábula sobre as dificuldades que envolvem a passagem da criança à vida adulta. Ambientado dentro do mundo imaginário, o livro narra a epopeia de Êisdur Árland, um menino que decide descobrir o paradeiro de seu irmão mais velho Eisdras. Em sua jornada Êisdur vai parar na cidade de Baltar e quando menos espera é surpreendido por Tsâmar, o último velho, que diz se familiarizar pela perda do menino, pois tem ouvido algumas histórias sobre "os que se foram", crianças que em uma certa idade começam a achar a vida ali muito chata e tediosa, e acabam distanciando-se e partindo para outro mundo, ao que parece não existem mais ''crianças grandes'' em Teres, Guaipur, Lendau e em vários outros reinos.  Mas existe um rei, o Rei Adulto, o único que cresceu e não deixou totalmente de ser criança, ele é uma lenda, todos contam que ele se foi, mas conseguiu encontrar o caminho de volta sozinho e hoje vive nos Montes Altos, além do rio das Lágrimas, entre os dois mundos. À sua busca, inicialmente unem-se outras crianças: O ladrãozinho Wáldron, o Cavaleiro Harsínu e sua irmã Marsena, juntos eles vão encontrar muitas aventuras e mistérios nessa jornada. • Repleto de contos, dialetos, costumes e magia, este universo é composto e protagonizado apenas por crianças, que podem ser, príncipes ou princesas, arqueiros e soldados, magos, tenentes, tudo que a sua mente puder imaginar! E falando em imaginação, você já se perguntou quando começou a lenda da fada do dente ou porque fazemos pedidos a estrelas cadentes? É exatamente isso que o livro propõe, uma regressão aos nossos sonhos, memórias e fantasias de quando vivíamos em um mundo inteiramente nosso e podíamos ser qualquer coisa. • Se você como eu, um dia der repente mergulhou no rio das lágrimas e partiu para o mundo dos adultos, mas não tem um irmão corajoso como Êisdur para te levar de volta, ou não foi inteligente como o Rei Adulto que descobriu como partilhar desses dois mundos, então querido leitor, você precisa ler este livro!  Esse foi o melhor livro de fantasia que li esse ano, até agora, por que vem aí o volume 2 haha. Obrigada pela preciosa parceria @Oreiadulto.
Uma publicação compartilhada por Daydreamsbooks (@daydreamsbooks) em

quinta-feira, 5 de abril de 2018

Nuvem de personagens de O Rei Adulto


Os principais personagens da história completa de O Rei Adulto estão representados nessa nuvem de palavras, construída no WordArt.

A nuvem mistura personagens dos volumes 1 e 2. O tamanho dos nomes é proporcional à quantidade de referências ao personagem na história. Os mais frequentes, como esperado, são os 7 suprapátrias: Êisdur, Wáldron, Harsínu, Marsena, Áymar, Ctara e Enesto.

Muitos dos principais personagens secundários do volume 1 têm freqûencia menor do que os correspondentes no volume 2. Por exemplo, Quérelim, Merrayl e Amanara (volume 1) têm menor frequência que Marocas, Nhaca e Srívenc (Volume 2). Isso se deve a que a história no volume 2 se estende por muitos capítulos em Ístar, nos diversos conflitos entre o grupo de Êisdur e os apoiadores de Soslaio.

E por falar em Soslaio, sua participação no volume 1 foi bem curtinha, mas ele tem muitas surpresas para os leitores no volume 2.

Quer conhecer esta história? Adquira seu exemplar impresso ou digital!

quinta-feira, 29 de março de 2018

A adaptação de Jim Knopf para o cinema

Detalhe do cartaz do filme Jim Knopf und Lukas der Lokomotivführer

Hoje estreia na Alemanha o filme Jim Knopf und Lukas der Lokomotivführer, inspirado no livro "Jim Knopf e Lucas, o Maquinista", de Michael Ende. No Brasil, o autor é mais conhecido por seu livro A História Sem Fim. Contudo, foi com Jim Knopf que ele se tornou inicialmente conhecido; Momo e A História Sem Fim são obras posteriores.

Capa duma edição alemã do livro
Jim Knopf é um menino que chega, ainda bebê, dentro de um pacote entregue na pequena ilha de Lummerland. A ilha é tão pequena que nela só moram 4 pessoas e uma locomotiva. Por ser órfão, o menino é adotado como filho pelos 4 adultos e cresce aprendendo algo com cada um deles. Mas há um problema: a ilha não comportará 5 adultos e o crescimento de Jim implicará que alguém terá de deixar a ilha. É Lucas, o maquinista, quem terá de sair. Ele transforma sua locomotiva em uma embarcação e deixa Lummerland. Mas Jim se esconde na locomotiva e parte junto, pois o menino quer descobrir sua própria origem e como foi parar dentro de um pacote. A história se desenrola dessa premissa, com várias aventuras memoráveis e momentos reveladores e engraçados, como só Ende consegue narrar.

O livro foi premiado com o German Young Literature Prize em 1961 e ganhou várias traduções, além de uma continuação: Jim Knopf e os 13 Piratas. Há também animações para a TV e peças de teatro inspiradas na obra. No Brasil, ambos foram publicados pela editora Martins Fontes. Apesar disso, não é um livro muito conhecido em nosso país, como os demais livros de Ende.

Curiosamente, Ende não considerava seu livro como um livro infantil. Tal como em Momo, Jim Knopf é uma alegoria que usa elementos da narrativa de aventura para discutir problemas sociais. Ele baseou o personagem-título em Jemmy Button, um nativo da Terra do Fogo que, como adolescente no século XIX, foi vendido por um botão de madrepérola e levado para a Inglaterra. Mais tarde, ele retornou à sua terra natal no HMS Beagle, através das Ilhas Galápagos, junto com seu colega Charles Darwin, quem escreveu sobre o episódio. Ende também incluiu nesse livro sutis críticas ao modo educacional usado pelos nazistas para incutir sua ideologia junto à juventude.

Michael Ende era um grande crítico do consumismo e da transformação dos sonhos em produtos vendáveis. Isso, em parte, explica porque ficou decepcionado com o resultado da adaptação de seu livro A História Sem Fim para o cinema, pois o filme mudava pontos importantes de sua obra.

Espero que esta adaptação seja mais fiel à mensagem de Ende. As imagens divulgadas até agora nos trailers são muito cativantes, como pode ser visto abaixo. O próprio ator que interpreta o maquinista Lucas lembra fisicamente o escritor Michael Ende.

Torçamos para que possa também ser lançado no Brasil!

Trailer 1


Trailer 2


Trailer 3

quarta-feira, 21 de março de 2018

As permissões de impressão

Numa resenha a O Rei Adulto, Renata Silva escreveu que "quando pegamos um novo livro em mãos e o abrimos, estamos entrando em um novo mundo, mas geralmente nós só temos certeza disso na introdução, com O Rei Adulto as coisas são um pouco diferentes, nós entramos naquele mundo já na folha de rosto e seguimos assim até o final".

As permissões de impressão. Uma jocosa referência às antigas permissões
que os livros medievais precisavam ter antes de serem impressos.

Esse convite a ingressar num novo mundo inclui o quadro acima, que mostra as "permissões". Durante parte dos séculos medievais e ainda no começo da idade moderna, era comum que um livro só pudesse ser impresso se tivesse permissões régias ou eclesiásticas, dependendo da autoridade emissora.

O Principia Mathematica de Newton também
recebeu o Imprimatur antes de ir para o prelo.
Essas permissões podiam ser até 3: uma dada pelo censor, outra pela autoridade episcopal e pelo superior da ordem ao qual o autor estava subordinado.

A sequência era Imprimi Potest (é possível imprimir), Nihil Obstat Quominus Imprimatur (nada obsta que seja impresso) e, finalmente, o Imprimatur (que se imprima).

As referências a esse costume foram usadas de modo jocoso em O Rei Adulto, no qual as permissões são concedidas por outras crianças, hierarquicamente distintas, começando pela curadora da biblioteca real e terminando com o arquissábio do reino.

Além disso, a primeira das permissões foi modificada para Nullae Contumeliae Parentibus (nenhuma ofensa aos Pais). Afinal, por se tratar de um mundo regido por crianças, garantir que os livros impressos sigam regras de boa educação é fundamental!


Adquira seu exemplar de O Rei Adulto!

segunda-feira, 12 de março de 2018

Dois exemplares de O Rei Adulto em sorteio

Para comemorar a segunda tiragem do volume 1 de O Rei Adulto, resolvi fazer o sorteio de dois exemplares no dia 1 de maio.


Para participar é preciso ter uma conta pessoal no Instagram e seguir as regras abaixo:

  • Siga @oreiadulto no Instagram.
  • Procure nessa conta pela foto acima. Curta-a e comente-a marcando 3 de seus amigos que poderiam se interessar em participar.
  • Apenas serão considerados válidos comentários a perfis verdadeiros, desbloqueados e ativos (com postagens recentes). Não vale marcar perfis comerciais, de lojas ou (sub)celebridades.
  • Pode comentar quantas vezes quiser, marcando pessoas distintas em cada comentário, para aumentar suas chances. 
  • Serão considerados todos os comentários feitos até 30 de abril de 2018.
  • Você precisa residir em território brasileiro. 
Os ganhadores precisarão entrar em contato em até 24 horas após o anúncio do resultado, para enviar os dados de entrega, ou novo sorteio será realizado.

Os livros serão enviados por correio em até 3 semanas após o resultado. Os ganhadores receberão o código de rastreio por mensagem direta. Em caso de extravio, não haverá novo envio.

Não deixe de participar! Pode ser sua chance de conseguir um exemplar de graça.

quinta-feira, 1 de março de 2018

A eterna criança em todos nós


A infância é um traço comum a todos nós: no início da vida, todos nos encontramos neste mundo cheio de descobertas e possibilidades, onde o pensamento é mágico, capaz de operar transformações incompreensíveis aos adultos à volta. É como se toda criança tivesse seu próprio manancial do pó de pirlimpimpim, do qual nos contava Monteiro Lobato.

Justamente por ser uma fase da vida, em geral, tão rica em imaginação e inocência, deixá-la pode ser penoso a muitos. Alguns se aferraram numa infância eterna e imatura, como trata Marie-Louise von Franz em Puer Aeternus: a luta do adulto contra o paraíso da infância. Nas meninas, esse arquétipo é chamado de Puella Aeterna. É ele que está por trás do Peter Pan, de J. M. Barrie, tão bem analisado por Ann Yeoman em Agora ou na Terra do Nunca.

Outros continuarão buscando-a, como um Éden prometido, sonhando em para ela retornar. Não deixa de ser essa a tônica subjacente a O Pequeno Príncipe, de Antoine de Saint-Exupéry: o adulto idealiza seu alter ego infantil, valorizando seu olhar inocente ao aprender sobre a amizade e o amor. Quando eu voltar a ser criança, de Janusz Korczak, deixa isso explícito no título, mas se foca mais no tratamento injusto que as crianças podem vir a receber de adultos (leia uma resenha no blog de Lethycia Dias).

Popularmente, esse nó psicológico que aferra o indivíduo à infância tornou-se conhecido como Síndrome de Peter Pan, após o livro de mesmo nome escrito por Dan Kiley. Mas antes disso já era percebido como um fenômeno do século XX: adultos que se mantém com uma mentalidade de adolescente e se recusam a amadurecer. Aldous Huxley, em A Ilha, já tinha mencionado isso. criando inclusive o neologismo "Peter-Panic paranoia" que soa curiosamente bem como trocadilho.

Amadurecendo ou não, a infância estará sempre lá como um eco que nos desarma, guardando memórias doces ou amargas, mas sempre intensas e sinceras.  “O Rei Adulto” apresenta uma fantasia alegórica sobre esse amadurecimento, da constatação de que a vida nos impele à frente, mas há sim muito o que podemos levar sempre conosco desse momento tão especial da nossa história.

Conheça O Rei Adulto, comprando seu exemplar.

sexta-feira, 16 de fevereiro de 2018

Resenha de O Rei Adulto no @acervodosnerds

Fernanda, do @acervodosnerds, fez uma bela foto do livro O Rei Adulto em formato digital. Leia abaixo sua resenha sobre o volume 1.

Você também pode curtir seu instagram para mais dicas literárias!

O Rei Adulto pode ser adquirido em formato digital na Amazon, por R$ 5,90, e em formato tradicional impresso, no site da AZO, por R$ 35,00.


《#ResenhaAcervoDosNerds》 ⠀ O Rei Adulto | Helio Jacques | 4🌟 ⠀ Hey, nerds! Para começar a maratona de resenhas, hoje eu trago uma resenha especial de parceria! @oreiadulto obrigada pela confiança e desculpe pela demora nessa resenha 😅 ⠀ O Rei Adulto narra a história de Êisdur, um menino de 11 anos que está à procura de seu irmão, Eisdras que, ao chegar à adolescência, desaparece do mundo infantil. ⠀ Para encontrá-lo, Êisdur decide que deve encontrar o Rei Adulto, a única pessoa que cresceu sem deixar de criança, e a única pessoa que talvez tenha as respostas de para onde as crianças vão e como trazê-las de volta. ⠀ Tendo começado sua busca sozinho, a uma certa altura da estória Êisdur conta com seis companheiros, junto dos quais é nomeado Suprapátria, um título raro dado apenas às crianças com as missões mais vitais. E com esse título, outro problema é adicionado à busca de Êisdur: uma planta vem sendo utilizada pela crianças para aumentar sua imaginação e isso traz graves consequências para seu mundo! ⠀ A trama se passa em mundo comandado pelas crianças, o qual, após atingirem uma certa idade, elas acabam deixando. E é muito fácil de se imaginar nesse mundo quando era criança, sendo princesa, cavaleiro ou um esperto ladrãozinho, imaginando-se combatendo dragões e vilões. ⠀ Mas a história, apesar de tratar obviamente de crianças e seu mundo incrível, traz todo um contexto político, geográfico e linguístico, com cada região desse mundo falando um dialeto diferente do mesmo idioma. Inclusive tiveram algumas partes escritas em um português mais arcaico que eu demorei um bocado para conseguir entender o que estava sendo dito (acontece né?). ⠀ Apesar das pequenas dificuldades linguísticas, o livro é muito gostoso de se ler e você realmente se sente uma criança novamente e traz aquela velha lição do "não abandone a criança dentro de você" que nós sempre proferimos mas nunca cumprimos. Portanto, deixo aqui minha indicação desse livro espetacular que espero que leiam ❤️
Uma publicação compartilhada por Acervo dos Nerds • Nanda (@acervodosnerds) em

sexta-feira, 9 de fevereiro de 2018

Os Cinco do Ciclo: um encontro entre a antiguidade clássica e os dias atuais


Recentemente terminei a leitura de "Os Cinco do Ciclo", de Elias Flamel. Faço aqui uma resenha sobre os principais pontos dessa interessante e original obra e sobre por que a recomendo. Como toda resenha, algum spoiler é inevitável, mas busquei reduzi-los ao mínimo, trazendo mais minha interpretação.

Em "Os Cinco do Ciclo", somos levados conhecer a rotina de uma pequena vila chamada Keltoi, liderada por Yosef, um líder humilde, que busca dedicar-se à vida comunitária e à sua família. Yosef é casado com Morgiana e teve com ela 3 filhos: os jovens adultos Hitalo e Yohan, e o temporão, ainda bebê, Julian. Keltoi vive basicamente do cultivo do centeio embora tenha também alguns outros produtos de grande valor: os derivados do centeio, como a cerveja, e árvores raras, de uma madeira nobre e avermelhada.

Trata-se de uma pequena vila, com aldeães pacatos, que buscam viver da terra em perfeita harmonia com seu ambiente. Mas Keltoi é também uma colônia de um grande império chamado Numitor. Sua conquista foi relativamente recente, ainda aos primeiros anos da liderança de Yosef. Como tributo, deve a Numitor uma fração de todo o centeio colhido. Yosef pessoalmente viaja à capital do império para entregar os tributos todos os anos.

Numitor é insaciável. Os tributos aumentam anualmente, exigindo mais sacrifício de suas colônias. Algumas revoltam-se. Essa é a vontade do filho mais velho de Yosef, Hitalo. Mas o pai teme as consequências da afronta à Numitor, e tenta continuar a pagar os tributos anuais. Numa dessas idas à capital do Império, Yosef ouve acerca de uma nova religião que se dissemina pelas terras de Numitor. Trata-se do culto ao Deus Único. Os boatos são desencontrados, mas sugerem que seus seguidores são fanáticos, que querem se impor aos demais cultos, nem que seja preciso destruir povos inteiros. Yosef teme que os seguidores do Deus Único logo cheguem a Keltoi e teme por seus familiares e liderados. Pois Keltoi possui um panteão de deuses, cinco para ser mais preciso, os chamados Cinco do Ciclo. Dizem que o próprio imperador de Numitor se converteu ao Deus Único, de modo que Keltoi e seu modo de vida correm perigo.

Ainda que impotente ante as situações do destino, Yosef tenta buscar ajuda para seu povo. Mas quem os ajudará? Quem se lembra de uma aldeia pequena, perdida no fim dos mapas do mundo? O que fazer quando o próprio imperador promove uma fé única? A história prossegue e ao fim o leitor é preparado para o advento de Hitalo, como o próximo líder de Keltoi, destinado a lutar pelos seus conterrâneos.



Elias Flamel é o pseudônimo de Wesley Nunes, um jovem autor brasileiro. Os Cinco do Ciclo é seu segundo livro.

Sua escrita é fluida e muito bem estruturada. Ao fim do livro, fica claro o planejamento global que o autor impôs, apresentando aos poucos Yosef e sua família, Yosef e sua vila, os deveres de Keltoi, o império e sua história, o conflito de culturas, a busca de Yosef e o advento de Hitalo, que prepara uma continuação. A história é toda narrada em primeira pessoa, pelo próprio Yosef.

O autor tem uma grande capacidade para descrever cenários; não de modo tedioso, mas sim vívido, cheio de ação cotidiana, que ajuda a transportar o leitor.

Um pouco de atenção permite perceber que o império é um clone da antiga Roma. E, de fato, vários povos estão lá: gregos, celtas, vikings, persas; todos subjugados por Numitor, que representa uma Roma Magna numa Terra Alternativa, em que as legiões da península itálica construíram um império muito maior do que aquele dos nossos livros de história.

Keltoi e Numitor, as duas localidades da história, formam uma dupla de opostos fundamentais: a colonia e o império; a vida comunitária e a metropolitana; uma produz e a outra espolia. Embora a dualidade seja a origem do conflito de opostos, ela é usada pelo autor para abordar questões muito mais atuais, como o imperialismo, a globalização, o fanatismo, o direito à terra e à liberdade. Isso não é feito de forma ostensiva, muito menos panfletária. São conceitos que flutuam tenuamente em nosso espírito, como consequência dos conflitos narrados na história, os quais também existem em nossa própria sociedade. A madeira vermelha das árvores de Keltoi lembra muito o nosso pau-brasil; o avanço implacável da fé no Deus Único me fez pensar na globalização promovida pelo império, que ataca e elimina a cultura dos povos colonizados. Ao fim do livro, tive a sensação de que Keltoi é aqui!

Em minha avaliação, o único ponto fraco, ou melhor a única coisa que me desagradou, foi que a personalidade de Yosef acabou muito contaminada pela dualidade da história, o que o tornou um personagem pouco cativante aos meus olhos. Dado a capacidade do autor para descrever situações, parece-me que esse problema não existiria se a história fosse narrada em terceira pessoa, libertando Yosef para que esse fosse um personagem dedicado aos seus conflitos e não o narrador.

Os Cinco do Ciclo está atualmente disponível apenas em versão digital e pode ser adquirido aqui.

domingo, 21 de janeiro de 2018

Baixe os mapas do livro!

Os mapas que acompanham O Rei Adulto são muito importantes para permitir um melhor acompanhamento da história.

Tanto na versão digital, quanto na edição impressa, os mapas ficam muito pequenos, devido à limitação desses meios.

Por isso, você, leitor, talvez prefira baixá-los com maior resolução abaixo. Clique nos mapas para ampliá-los e baixá-los.


Mapa geral, que apresenta os reinos infantis e o "Mundo dos que se foram" a norte do Rio das Lágrimas. A história começa no canto inferior esquerdodeste mapa. Os limites tracejados indicam o mapa ampliado correspondente que deve ser consultado.

Oeste de Teres e Sul de Guaipur. A cidade natal do protagonista, Párnon, pode ser vista no canto superior direito. Mas o Capítulo 1 se inicia em Baltar, no canto inferior esquerdo.

Leste de Teres. Mapa que corresponde aos eventos dos Capítulos 3 até 10. As cidades visitadas são: Sanjana, Calpulcra, Iátavra, Estel, Paço e Evena.

A Macebólia e a Grande Floresta de Grínkor. Este mapa corresponde aos eventos dos Capítulos 11 até 20. As cidades visitadas são: Estel, Evena, Viscaia, Lampur, Árbus, Ybyraoketá e Lyrnyra.

Eix e Ístar. Este mapa corresponde aos eventos do vol. 2, ainda inédito, porém no volume 1 há referência a locais que aí se encontram.

sábado, 20 de janeiro de 2018

O Rei Adulto, em números

Manuscrito de O Rei Adulto
Eis alguns números relacionados a O Rei Adulto.

A história completa corresponde a
495 laudas tamanho A4, com 241 mil palavras, quase 1,5 milhão de caracteres.

Ela foi dividida em 2 volumes. Apenas o primeiro deles já foi publicado, com 354 páginas no formato 16 × 23.

Ela contém:
  • 42 capítulos e um epílogo.
  • 11 apêndices, que inclui um pequeno glossário.
  • 6 mapas
  • 206 personagens, sendo 15 principais e 60 secundários
  • 42 "raças" de seres fantásticos;
  • 182 topônimos, entre nomes de reinos, províncias, cidades e acidentes geográficos
  • 48 termos únicos à história (gentílicos, eventos do passado, etc). 
Os eventos narrados se desenrolam ao longo de, aproximadamente, 150 dias. Aqueles do volume 1 correspondem a 48 dias de aventura.

O tempo de escrita foi aproximadamente 10 anos, entre 1991 e 2001.

O preço atual do ebook  é R$ 5,90, e do livro impresso, R$ 35,00. E por falar nisso, você já adquiriu seu exemplar? :)

sexta-feira, 12 de janeiro de 2018

Influências do Esperanto em O Rei Adulto

Muitos brasileiros já ouviram algo sobre o Esperanto. Alguns são capazes de apontar corretamente que se trata de um idioma artificial, mas imaginam que foi criado para substituir os demais. Ao contrário desse objetivo totalitarista, o Esperanto foi criado por Lázaro Zamenhof em 1887 para servir como linguagem auxiliar, comum a toda a humanidade, que permitisse a comunicação igualitária entre povos de línguas distintas, sem substituir os idiomas locais.

Lázaro Luís Zamenhof,
Criador do Esperanto.
Trata-se de um idioma criado para ser simples, de modo a facilitar seu aprendizado por todos. Entre as diversas características que o tornam um idioma fácil, cito: ele tem apenas 16 regras principais; a escrita é fonética, isto é, cada letra corresponde a um único som; não há verbos, casos ou plurais irregulares e a conjugação verbal é muito simplificada; novas palavras podem ser facilmente formadas por derivação afixal ou aglutinação de radicais já existentes no idioma.

O Esperanto parece ter apelo para escritores de Fantasia. O fato de ser um idioma construído o mais bem sucedido de todos não tem como não chamar a atenção de escritores afeitos à construção de mundos, a começar pelo próprio Tolkien, que em pelo menos duas ocasiões demonstrou interesse pelo Esperanto. Também foi usado ou mencionado em vários livros, filmes e músicas, fazendo parte da cultura popular ora como um idioma exótico, ora como idioma futurista.

Uma quadra de selos brasileiros, de 1936,
que comemora o Nono Congresso Brasileiro
de Esperanto.
Aprendi Esperanto quando tinha 16 anos, através do livro Método Elementar de Esperanto, de Carlos Torres Pastorino, que eu havia encontrado na biblioteca do Colégio Naval. Eu já sabia algo sobre o idioma porque colecionava selos, e muitos selos brasileiros de meados do século XX comemoravam congressos esperantistas. O idioma me fascinou desde o começo, especialmente por sua simplicidade que não afetava em nada sua expressividade. Nos anos seguintes, segui estudando-o através de outros livros que encontrava em sebos. A "prova dos nove" veio três anos depois, quando visitei a Associação Esperantista do Rio de Janeiro, numa tarde de sábado. Eu ia em busca de um dicionário, mas cheguei na hora em que haveria uma palestra de Sylla Chaves. Os esperantistas presentes convenceram-me a ficar para assisti-la. Foi o que faltava para me convencer da facilidade do idioma: consegui compreender o Esperanto falado, mesmo sem nunca tê-lo ouvido antes.

O que mais apreciei no Esperanto foi que ele me ajudou a entender melhor a estrutura do próprio Português e ainda hoje me ajuda a aprender outros idiomas. Sua construção frasal demanda um maior apego à lógica (para evitar as expressões idiomáticas) e passou a ser-me frequente pensar no papel sintático de uma expressão em Português a partir de seu análogo esperantista.

Sendo um idioma que me acompanha desde a adolescência, alguns traços de sua influência se encontram em O Rei Adulto, a começar por sua filosofia central que busca permitir a comunicação de povos com culturas diferentes:

As crianças tentavam comunicar-lhe ideias básicas, mas nada conseguiam. Wáldron era o mais angustiado: não aceitava que pessoas pudessem deixar de se conhecer simplesmente porque não falavam o mesmo idioma. (O Rei Adulto, Cap. 41)

As demais influências surgem na etimologia de palavras e nomes de personagens:
  1. No Capítulo 32, Srívenc diz que Guaipur é governado por dois irmãos: Marnado e Maramanta. Marnado é um hibridismo de "maro" (em Esperanto, 'mar') e nado (em Português medieval, 'nascido'), construído segundo a regra de formação de palavras em Esperanto, com o sentido vago de "nascido no mar". Já Maramanta vem do Esperanto "Maramanto", 'aquele que ama o mar'.
  2. No Capítulo 40, um personagem tem o sobrenome Monavida. Em Esperanto, essa palavra significa 'ávido por dinheiro'. A própria cidade onde ele mora se chama Noviurbo, que é um hibridismo de Latim e Esperanto que significa "Nova Cidade".
  3. O nome da cidade Truplena, visitada pelos crianças no Capítulo 37,  significa "cheia de buracos" em Esperanto.
  4. Algumas cidades menores, que não fazem parte da história mas podem ser vistas nos mapas, têm seus nomes derivados total ou parcialmente do Esperanto: Trustenda (do Inglês Trust + Esperanto -enda, com significado composto de "na qual se deve confiar"); Durivêroi (em Esperanto, "dois rios"), situada entre os rios Flafir e do Alimão; Inda Vidi (em Esperanto, "digna de ver"), junto às Cataratas do rio Lennx.
Mas talvez a maior influência do Esperanto em mim tenha sido o amor às palavras e à linguística. Não há como ser esperantista e não apreciar a riqueza cultural que as línguas têm.

Cheguei inclusive a começar a traduzir ao Esperanto O Rei Adulto (La Reĝo Plenkreska), com vistas a permitir que um de meus correspondentes conhecesse a história. A primeira página dessa tradução pode dar uma impressão geral do idioma:



Você quer aprender mais sobre o Esperanto? Você pode começar por esse curso online gratuito.